
Junto com um grupo de amigas, a ex-aluna da FGV Direito Rio, Victoria Henriques, formou a iniciativa Quarenteneamor. O objetivo do Projeto é doar marmitas, feitas por microempreendedores de Brasília, para moradores de rua do Setor Comercial Sul. Dessa forma, a organização ajuda um pequeno negócio a se manter e pessoas em vulnerabilidade social que não podem fazer a quarentena e ficar em casa.
Victória conta que a ideia do projeto surgiu após ela e sua irmã perceberem a vulnerabilidade da população de rua que, neste momento, está ainda mais desamparada, com ruas vazias, sem ninguém para ajudá-los. Somada à essa percepção, as irmãs também se solidarizaram com o apelo de diversos pequenos restaurantes que temiam quebrar com a falta de demanda durante esse período. Por isso, a iniciativa visa ajudar as duas pontas da cadeia: moradores de rua e pequenos negócios.
Hoje, a equipe é formada por Victória, sua irmã e mais 6 amigas, de 19 a 25 anos, que se dividem em diversas áreas para administrar o projeto, que começou num sábado, com a criação do perfil de divulgação no Instagram e, em 48h, arrecadou o suficiente para a produção de mil marmitas. O Quarenteneamor recebe o valor que, então, é repassado para o restaurante e transformado em marmitas de R$10 cada.
O engajamento das pessoas surpreendeu Victória positivamente. "Desde a criação, muita gente tem doado e agradecido a oportunidade que o projeto dá de ajudar a outras pessoas, de fazer a diferença no meio desse caos."
A parceria começou com o Kadu Marmitas, um pequeno restaurante de Brasília, e o Barba na Rua, iniciativa que ajuda moradores de rua do Estado. Atualmente, as meninas trabalham com um cronograma que possibilita atender a população que ainda não recebe assistência de nenhuma outra organização e recebe mensagens de outros pequenos restaurantes interessados em participar do projeto. Para garantir que as entregas sejam realizadas de forma segura, elas contam com o apoio do grupo Banho do Bem, que sai às ruas com os equipamentos de proteção necessários e recomendados pela OMS.
O projeto leva "Quarentena" no nome, mas Victória vê possibilidade de mantê-lo um pouco mais. "A ideia é realmente funcionar durante esse período de quarentena, mas se continuarmos crescendo, vamos fazer disso um projeto a longo prazo, por um período maior, porque é muito gratificante poder ajudar." Para ela, o projeto veio no momento certo, combinando com o desejo das pessoas de fazerem sua parte. "Essa quarentena, apesar de tão caótica, de bagunçar todas as estruturas, acho que ela veio pra gente passar por um período de reflexão. Como agora está todo mundo mais parado, mais reflexivo, pensando sobre como pode ajudar, sobre o que realmente é necessário ou não, tem muita gente querendo contribuir com o Projeto."
Para saber mais, acompanhe o Instagram do Quarenteneamor: @quarenteneamor